Pãozinho de Leite e o que me motiva
Você já teve vontade de mudar o mundo? De causar um impacto positivo em sua comunidade? De ser capaz de fazer mais? Eu já tive. Eu ainda tenho.
Na adolescência e na fase jovem adulta, me lembro de pessoas mais velhas e experientes me orientando: “Calma, Fernanda! Esse ímpeto todo, com a idade, vai passar.” “Esse idealismo é típico da idade, minha querida.” Às vezes eu achava que essas pessoas tinham razão e acalmava o meu facho. Outras vezes, ouvir essas coisas era o que mais acendia o fogo da revolta.
Com idade e a experiência percebo que o fogo da revolta baixou, mas o idealismo não. Talvez tenha até aumentado. Vocês podem me chamar de naïve. É, essa sou eu. Não posso deixar de constatar que esse idealismo é o que me faz ser diferente, ser singular. Não estou falando que eu seja especial. Reparem. Cada um de nós temos as nossas singularidades. As nossas características únicas que nos distinguem como seres humanos, seres singulares. Percebo que toda vez que me deparo com a oportunidade de causar um impacto positivo no outro, na minha comunidade, no mundo, meus olhos brilham, meu coração bate mais forte, tenho fome de ação. Essa sou eu. 100% motivada a agir. A fazer algo por alguém.
Na minha tese de mestrado tenho o tema motivação como pano de fundo. Estudar esse processo psicológico em mais profundidade e explorar perspectivas, modo de aplicação me faz acreditar que somos realmente capazes de tudo, tudo e mais um pouco. Nos basta ter coragem para quebrar barreiras, travar novas batalhas, desbravar novos caminhos, abrir novas portas e, mais importante ainda, fechar algumas portas abertas.
Minha apresentação para o Congresso Internacional de Psicologia Cross-Cultural está quase pronta. Estou trabalhando na tentativa de abrir novas portas. Se terei sucesso? Bem, isso depende do que você considera sucesso. Eu já me sinto bem sucedida. Me conheço cada dia mais. Valorizo a simplicidade do dia-a-dia. Acredito e confio em meus valores. Não só estudei motivação, mas pensei e apliquei o que estudei no meu auto-conhecimento. Sinto-me plena. Feliz! Ainda que cheia de perguntas em minha cabeça e coração, mas essa é a beleza do desenvolvimento, não?
Esse pãozinho é um símbolo do processo pelo qual passei, passo e sempre passarei. A junção de ingredientes simples, a espera pelo tempo de maturação/desenvolvimento, o calor da ação que vai causar a transformação e, por fim, o sabor de viver o que se é!
Pãozinho de leite
Receita adaptada daqui
Ingredientes
- 150 ml de leite morno
- 1 1/2 colheres (chá) de açúcar
- 1/4 colher (chá) de sal
- 1/2 colher (chá) de fermento seco
- 25 ml de azeite
- 1 colher (chá) de manteiga
- 1 ovo
- aproximadamente 250g de farinha de trigo
Modo de preparo
- Bata todos os ingredientes menos a farinha no mini processador (ou liquidificador).
- Despeje em um bowl grande a mistura e aos poucos adicione a farinha. Vá mexendo com uma colher de pau até obter uma massa bem homogênea e um pouco menos grudenta.
- Em uma superfície lisa e enfarinha despeje a massa e comece a sovar. Vá acrescentando farinha aos poucos até obter uma massa elástica. A minha ainda ficou um pouco grudenta, mas possível de sovar.
- Deixe a massa descansar por 30 minutos coberta e em local livre de vento.
- Coloque a massa sobre uma superfície e separe pequenos pedaços, faça bolinhas e coloque em forma untada e enfarinhada, deixando um espaço entre os pãezinhos. Como fiz 1/4 da receita original dividi a massa em 8.
- Deixe os pãezinhos crescer cobertos e em local livre de vento até dobrar de volume.
- Pincele gema de ovo e salpique sementes de papoula (opcional, eu fiz e ficou lindinho).
- Assem em forno médio por 35 minutos. No meu (forno-convecção) levou 27 minutos em 180C.
- Se aguentar, deixe esfriar. Eu abri o pãozinho, queimando os dedos e meti um belo naco de manteiga que imediatamente derreteu. Delícia!
Em Bruges
Uns finais de semana atrás estivemos novamente em Bruges. Como da primeira vez foi um ótimo passeio – a cidade ainda mais bonita agora que não há mais restaurações cobrindo parte da igreja de Nossa Senhora nem do Markt; como sempre uma multidão de turistas em todo lugar; as dezenas de tentadoras lojas de chocolate continuam por ali, bem como as pequenas surpresas e curiosidades que surgem nas suas estreitas e sinuosas ruas medievais.
Mas entre estas duas visitas descobri que Bruges também é um excelente lugar para experimentar algumas das melhores cervejas que a Bélgica produz. Duvida? Então vejamos:
- Fica em Bruges a cervejaria De Halve Maan, que produz uma das minhas cervejas favoritas, a Straffe Hendrik Quadrupel. Também merece atenção sua Tripel, de acordo com eles a “última autêntica Tripel Ale de Bruges”
- Há uma loja da De Struise, onde eles prometem ter sempre à venda pelos menos 3 cervejas no tap e mais 10 em garrafas. Estes caras sabem fazer cerveja e a chance de experimentá-las ali mesmo e ainda comprar umas garrafas da que mais gostou não tem preço Bem, na verdade tem preço sim, infelizmente um tanto caro…
- O bar De Garre também fica em Bruges, num bequinho estreito que te dá a impressão de voltar no tempo. Se não bastasse ela ter uma carta sem fim de cervejas (mais de 100) ainda tem uma tripel “da casa” espetacular, à venda exclusivamente no local (apesar de ser produzida pela mesma cervejaria da Gulden Draak, outra das minhas favoritas). Tivemos sorte de agarrar uma mesa, pois o entra-e-sai de pessoas que tentavam – sem sucesso – achar um lugar mostra o quão conhecido é o De Garre
E agora as cervejas. Na Struise experimentei a Shark Pants, “oficialmente” uma Double IPA. Porém, ela é mais como uma mistura entre uma IPA e uma típica Belgian ale: cor âmbar bem bonita, o aroma de lúpulo típico das IPAs é amenizado pelo aroma mais adocicado de uma ale, cuja natureza também contribui para uma cerveja mais encorpada – mas com um final seco e amargo que lembra as IPAs, embora de forma mais contida. Uma cerveja interessante, mas que fica atrás das melhores da Struise.
No De Garre é lógico que encarei a house tripel (ou, se quiser usar o nome correto, Tripel Van De Garre). Esta é fora de série, talvez a melhor tripel que já tomei. A verdade é que ela é uma tripel diferente, muito mais encorpada, mais macia e alcoólica do que o “normal” para o estilo. Ainda vem em um copo estiloso, que ajuda a formar um belo colarinho – junto de uma simpática porçãozinha de queijo, talvez para ajudar a contrabalançar o álcool (o fato é que o queijinho também era muito bom ). Se estiver em Bruges e gostar de cerveja, não ir a este bar é imperdoável. Talvez em outro post eu dê umas dicas de como achá-lo.
Quem tem mãe tem tudo!
O maior dos presentes!
O mais caro dos tesouros!
O mais sublime dos amores!
Mamaninha, você representa tudo e mais um pouco em minha vida! Amo você! 😀 Tô feliz abeça que tivemos a oportunidade de juntas aproveitar essas semanas mágicas!
E o melhor de tudo foi ter o paninho MA-RA como ícone dessa aventura! 😛
Cheesecake de Nutella
Esse aqui faz tempo que fiz, mas só agora aparece por aqui.
Reproduzi o cheesecake como o da receita a única modificação foi na massa. Aproveitei uns biscoitinhos úmidos de Amaretto que estavam rolando há muito tempo no armário. Como eram biscoitos bem úmidos apenas amassei-os e distribui a massa no fundo da forma. Assei um tantinho e prossegui como descrito abaixo.
Cheesecake de Nutella com base de biscoito de Amaretto? Dilícia! 😀
Cheesecake de Nutella
Receita daqui
Ingredientes
- 300g cream cheese em temperatura ambiente
- 150-180g Nutella em temperatura ambiente
- 80-90g açúcar cristal (reduzi um pouco)
- 50g creme de leite fresco
- 1 ovo
- 20g farinha de trigo
- 1/2 colher chá extrato de baunilha
- Pitada de sal
Modo
- Pré-aquecer o forno em 180ºC.
- Prepare a massa da base que preferir. Fiz conforme descrito acima, mas a da receita original também deve ser bem boa. É com biscoito Negresco.
- Na batedeira, bater o cream cheese e o creme de leite. Até ficar cremoso, ~3 minutos.
- Adicione a Nutella. A quantidade pode variar, usei 150g. Continue batendo.
- Adicione o açúcar. A quantidade também pode variar, se colocar mais nutella, menos açúcar. Usei 90g.
- Adicione o ovo e o extrato de baunilha. Em seguida a farinha de trigo, bata apenas para deixar homogêneo, não bata demais.
- Transfira a massa de Nutella sobre a base de bolacha.
- Assar em 180ºC por 15 minutos. Retire do forno, ainda estará macio.
- Deixar esfriar e leve para a geladeira.
Propaganda ou vida real?
Para aqueles que nos acompanham e leram o post do Dú sobre as aberrações das propagandas aqui na Holanda, aqui vai a prova de que a propaganda apenas reflete a realidade. 😀
Revejam o vídeo de número 10, uma propaganda da Essent, provedora de energia. Achamos um absurdo a ideia de se ter uma câmara de bronzeamento artificial em casa, mas…. qual não foi a nossa surpresa ao nos deparar com a foto abaixo em um site de imóveis para alugar! Sim, essa é uma foto de uma casa real, de gente real, ou pelo menos de Holandeses! 😀
E viva as diferenças! Cada um com a sua esquisitice! 🙂
Pão de queijo dá saudade
Nossa me bate uma saudade da minha infância toda vez que penso em pão de queijo. Acho que esse era um dos poucos quitutes que estavam no meu repertório quando eu era pequenina, porque pequena vocês sabem que eu ainda sou. 🙂
Me lembro de ser a responsável pelo café, pão de queijo, omelete e brigadeiro de micro-ondas. É, essas eram as minhas atribuições na cozinha. E acho que esse foi um bom começo.
Faz um tempo que descobri um supermercado asiático bárbaro aqui em Eidhoven. Tem de um tudo. É uma loucura. Se conheço 5% dos produtos ali vendidos é muito. E esse é mais um motivo porque gosto desse supermercado. Vou com tempo e fico lendo e relendo as poucas embalagens que consigo entender. Dia desses descobri o Stark Flour. Comprei. Chegando em casa fui pesquisar e depois de muito cheguei a conclusão que seria o equivalente ao nosso polvilho doce. O coração bateu mais forte! Vasculhei as receitas que tenho salvas para testar e voilá. A receita da Neide era com polvilho doce.
A Neide Rigo escreve o Come-se. Blog bárbaro! Quer aprender? Vai lá! Assim como o supermercado asiático, o blog dela tem de um tudo. A-DO-RO!
Pão de queijo com polvilho doce da Ilza
Receita daqui
Ingredientes
- 1 1/2 xícara de leite (360 ml)
- 3/4 de xícara de óleo (180 ml)
- De 1 a 3 colheres (chá) de sal, de acordo com o gosto ou o sal do queijo 1 prato de sopa de polvilho doce bem cheio (650 g) – cada xícara padronizada de 240 ml com polvilho pesa 105 g, então pode medir em xícaras, aproximadamente 6
- 1 prato de sopa raso de queijo minas curado ralado (450 g) – cada xícara de 240 ml com queijo tem cerca de 100 g, então, 4 xícaras e 1/2 (polvilho achei, mas queijo minas curado era pedir demais, né?! Substitui por um Parmigiano Reggiano)
- 4 a 5 ovos
Modo de preparo
Coloque numa panela o leite, o óleo e o sal e leve ao fogo. Enquanto isso, coloque o polvilho numa tigela. Se tiver carocinhos, peneire. Quando a mistura de leite ferver, despeje por cima do polvilho devagar, para escaldar tudo por igual. Ao terminar, misture bem com uma colher até ficar com cara de farofa úmida. Quando estiver morna para fria, junte o queijo e os ovos. Deixe para colocar o quinto ovo no final. Se os ovos que você estiver usando forem bem grandes, talvez não precise do quinto. Amasse bem com as mãos até formar uma massa homogênea e meio pegajosa. Se estiver firme a ponto de conseguir modelar facilmente, junte mais um ovo. Ajunte a massa com as mãos untadas de óleo ou água. Se quiser, guarde a massa na geladeira. Ela ficará mais firme e fácil de modelar. Unte as mãos com água ou óleo e faça bolinhas de 40 gramas se quiser pãezinhos pequenos. Ou retire porções com uma colher de sorvete e terá pães com cerca de 80 g (ao final, devem ficar com cerca de 68 g). Coloque-os em assadeira sem untar, deixando espaço entre eles. Leve ao forno já bem quente (280 ºC para mais) e deixe assar até dourar – de 20 minutos a meia hora.
Rendimento: 23 pãezinhos com 80 g de massa ou 46 unidade com 40 g de massa
Nota: Fiz metade da receita, fiz bolinhas com o que não consumimos na hora e congelei. Direto do freezer foi para o forno e o resultado foi igualmente fantástico! Feliz da vida com pão de queijo fresquinho! 🙂
Black Albert
Como já devem ter reparado, depois de ter comprado tantas cervejas “raras” nas nossas visitas à Dranken Geers e à de Molen (post e post), estou escrevendo um pouco mais sobre cada uma delas – afinal, apenas dizer que são excelentes e colocá-las na minha lista de cervejas favoritas não acrescentaria muito.
Para começar a série da De Struise Brouwers, Black Albert. Apesar do site beeradvocate indicar seu estilo como Russian Imperial Stout, o rótulo marca Belgian Royal Stout. Talvez seja apenas uma indicação de que o estilo original não é seguido à risca. O rótulo a descreve assim, de modo nem um pouco convencional:
One out of a dozen ales that is black as hell, filty rich in the nose and with massive spoiled taste.
Antes de mais nada, esta é a cerveja mais forte que já experimentei (desbancando a Bush), com 13% de álcool. Preta, densa, encorpada, macia e muito saborosa. Tudo o que se pode esperar de uma cerveja fantástica.
Ao mesmo tempo, ela é muito diferente de outras cervejas que já experimentei. No aroma algo levemente adocicado – como caramelo tostado – mas bem de leve. A cada gole você sente ela espessa, um claro sabor de café – mas não tostado, é mais como um toffee forte e apenas um tantinho doce – e o sabor um tanto contido quando você a coloca na boca explode logo em seguida, o que só aumenta o interesse. Chopp “cremoso” é bobagem perto desta cerveja: esta sim é cremosa – tão cremosa que você vê o líquido “grudando” nas paredes do copo, exatamente como um vinho de teor alcoólico um pouco mais alto “gruda” nas paredes da taça. Mas ela é tão aveludada, tão macia no palato que nunca você adivinharia quanto álcool ela tem. A única indicação é ser “quente” no paladar, como qualquer bebida de teor alcoólico mais alto.
Definitivamente esta não é uma belga tradicional, mas sem dúvida é uma excelente cerveja. Tão boa que a Fê se apressou a elegê-la sua “nova cerveja favorita” (a anterior era a Rochefort 10). Adoraria ter a chance de experimentá-la junto de uma Westvleteren; quem sabe um dia conseguimos reservar nosso engradado. Se tiver a sorte de ter uma Black Albert cruzando o seu caminho, não deixe de prová-la!
Fortaleza de Bourtange
De Groningen fizemos um day trip para Bourtange, uns 60 Km em direção à fronteira com a Alemanha. Esta fortaleza foi construída no final do séc. XVI, permanecendo ativa até a metade do séc. XIX, quando foi abandonada.
Foto: Hannes, disponível aqui sob os termos da GNU Free Documentation License
A fortaleza impressiona pelo formato: um forte-estrela, forma desenvolvida em resposta às mudanças no campo de batalha causadas pelas armas de fogo. No seu interior, uma pequena vila, em grande parte reconstruída para ser um museu a céu aberto.
Você realmente parece voltar no tempo, não só pela reconstrução mas também pelas pessoas que andam por ali vestidas em trajes típicos de época (não sei se são atores, voluntários ou funcionários do museu). Aos domingos um dos canhões é disparado e em agosto uma batalha é re-encenada (mesma coisa que acontece em Waterloo, na Bélgica). Mais informações aqui.
Ainda dá para entrar no moinho funcionando (cuidado com a escada íngreme e com a muvuca causada pelo espaço restrito).
Resumindo: Bourtange é uma ótima sugestão de passeio se estiver visitando o norte da Holanda (ou da Alemanha, já que ela está na divisa). E aproveite para almoçar por ali mesmo – o restaurante parece ser bom e com sorte ainda arrumará uma mesa do lado de fora, voltada para a praça central da pequena vila.